terça-feira, 7 de abril de 2009

Conhecendo um pouco sobre Menno Simons

Ao noroeste da Europa continental num pequeno povoado de Witmarsum na província de Friesland, nascia Menno Simons em 1496, quatro anos após o descobrimento da América, treze anos após o nascimento de Lutero e treze anos antes do de Calvino.


O pai chamava-se Simón e chamou seu filho de Menno; de acordo com o costume daquela época, ao menino chamavam Menno Simons (o filho de Simón). Bem cedo seus pais o consagraram a serviço da Igreja Católica, provavelmente ao Monastério Franciscano de Bolsward, onde se consagrou durante longos anos aos exercícios espirituais requeridos para um monge e ao curso de estudos teológicos, aprendeu muito bem a ler e escrever latim conheceu alguns manuscritos antigos especialmente os Pais da Igreja como Tertuliano, Cipriano e Eusébio, aprendeu também o grego, porém omitiu-se por completo a ler a Bíblia.


Sua ordenação para sacerdócio católico ocorreu em março de 1524, aos 28 anos de idade, provavelmente na cidade de Ultrecht que incluía toda a atual Holanda na sua jurisdição. Por sete anos (1524-31) foi designado a cura ajudante em Pingjum próximo ao seu povoado. Em 1531 foi transferido ao seu povoado onde oficiou como cura pároco até janeiro de 1536, quando declinou o seu serviço na Igreja Católica para unir-se ao pequeno grupo de devotos irmãos evangélicos sob direção de Obbe Philips, conhecidos pelo nome de Anabatistas ou Obbenitas.


O que levou Simons a romper com a Igreja Católica foi ver alguns pilares de sua fé em duvida, o dogma da transubstanciação a doutrina da miraculosa mudança do pão e do vinho no corpo e sangue do Senhor, possivelmente tenha entrado em contato com os ensinos de Martinho Lutero ou outros reformadores da época, o que levou a uma diligente investigação no Novo Testamento apesar de não significar um motivo para abandonar a autoridade da Igreja. Em 1531 Menno ouviu falar da execução em praça pública de Sicke Freerks em Leewarden por ter sido batizado novamente e isto lhe pareceu estranho porque Freerks era um homem piedoso e temente a Deus, apenas não acreditava que as Escrituras ensinavam que as crianças deviam ser batizadas.


Menno recorreu aos sacerdotes de Pingjum, os Pais da Igreja e aos reformadores para esclarecer sobre o batismo de crianças e chegou à conclusão de que todos estavam equivocados por não dar provas bíblicas e cada um seguia seu critério, outro fato importante foi em 1534 quando alguns da seita de Münster chegaram à sua cidade, “enganando muitas almas piedosas”, os enormes danos causados pelos “Münsteritas” afetou-o profundamente e decidiu entregar-se completamente para combatê-los, colocando toda sua energia na acusação pública que deles fazia seus sermões, logo conquistou a fama hábil para “calar muito bem a voz de seus inimigos”.


Com a Reforma Protestante do século XVI, os princípios bíblicos da justificação pela fé e do sacerdócio universal foram novamente colocados em foco. Contudo, enquanto Lutero, Calvino e Zwinglio mantiveram o batismo infantil e a vinculação da igreja ao Estado, os anabatistas liderados por Georg Blaurock, Conrado Grebel e Félix Manz ansiavam por uma reforma mais profunda.


Menno Simons foi um dos grandes líderes anabatistas e exercia grande influência sobre o grupo que seus adversários passaram a chamar os anabatistas de “menonitas”, porém ele não é o fundador da igreja Menonita que foi fundada em Zurique, Suíça em 1525 onze anos antes de Menno renunciar ao catolicismo. Porém existe uma razão histórica para a igreja ostentar este nome, pois afirmam que Simons foi o “guia enviado do céu que encaminhou os escassos e espalhados crentes, dando-lhes o exemplo que necessitavam em fé, espírito e doutrina”.


Em 1543 o Imperador declarou Menno Simons como fora da lei por seu trabalho de estabelecer e confortar as igrejas na Holanda. Deixou o país e deu um jeito de escapar. Em Fresenburg continuou trabalhando e escrevendo em defesa das crenças anabatistas e alguns de seus escritos chegaram às mãos das autoridades de vários países. Menno Simons morreu de morte natural em 1559.



Bibliografia


GEORGE, Timothy. Tradução: DUDUS, Gerson. FONTANA, Valéria. Nenhum fundamento: Menno Simons. In:_____. Teologia dos Reformadores. São Paulo: Vida Nova, 1993. Cap. VI, p. 251-300.

ABARCA, Rodrigo. Os anabatistas e as raízes do evangelho (2ª parte). Disponível em: www.aguasvivas.ws. Acesso em: março. 2009.

BENDER, H.S. HORSCH, John. Menno Simons: sua vida e escritos. Disponível em: www.elcristianismo.com. Acesso em: 03 março. 2009.